quarta-feira, 25 de abril de 2007


Briga de foice no escuro

A disputa pela presidência do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Acre (Sinteac), mais parece briga e foice no escuro. Historicamente, sempre houve conflitos e confrontos de idéias, mas a atual diretoria conseguiu produzir fatos que se não fossem trágicos seriam cômicos. Tendo Alcilene Gurgel como presidente e Almerinda Cunha como vice, a diretoria assumiu há dois anos com discurso moralista e disposta a botar casa em ordem. Mas o tempo mostrou que não foi isso que aconteceu. Além de não ter demonstrado interesse em apurar e esclarecer os desmandos de administrações anteriores, o Sinteac conseguiu manter praticamente o mesmo ritmo de produção de escândalos, provocando ainda mais decepção aos trabalhadores em educação, em especial aos professores. O grau de desordem é tão grave que ninguém na atual diretoria sabe nem o dia da eleição. O que se sabe é que Alcilene Gurgel e Almerinda Cunha estão rompidas e sem a menor possibilidade de reconciliação. A presidente já anunciou sua candidatura à reeleição. Almerinda também é candidata à reeleição, tendo como líder de chapa o presidente da Cut, no Acre, professor Manoel Lima. Há dois anos, Lima foi candidato a presidente do Sinteac, numa disputa marcada por ataques e ofensas pessoais. Na luta desde os velhos tempos da extinta Associação dos professores do Acre (Aspac), Almerinda tem facilidade para transitar em todos os setores da Educação. Tanto é que mesmo sendo candidata a vice na chapa de oposição, em 2005, seu marido pegou um cheque de R$ 12 mil do Sinteac para fazer compras em favor do sindicato. Aproveitando a fragilidade da atual diretoria, o diretor da Escola José Rodrigues Leite, professor João Lima vai à luta outra vez. Candidato em 2005, Lima, acha que agora o cenário é mais favorável. Supostos membros de sua chapa já andam espalhando cópias do relatório da auditoria que identificou diversas irregularidades de petistas e comunistas no Sinteac. Mas a amigos ele tem comentado que vai fazer campanha em alto nível, usando sempre a exposição de propostas sérias e exeqüíveis como instrumento para atrair aliados e conquistar votos dos trabalhadores, sobretudo dos mais humildes que mais estão sofrendo com as perdas salariais. A eleição está marcada para 20 de junho. As últimas quatro disputas tiveram interferência do governo, mas há quem acredite que este ano o quadro será diferente, uma vez que o novo governo não se preocupa com intrigas paroquiais.